Professor colando é tenso

Eeeê domingão! E trabalhei (D:) como fiscal de um concurso de professores. Apliquei prova nos professores (6). O bizarro do dia foi ver professor querendo colar e olha que eram professores já bem "antigos". E os mais bizarro foi ter que olhar feio para eles e alertar que mais uma tentativa (pois foi bem fail) ele poderia ser eliminado. Na hora baixou a aluna revoltada em mim e fiquei com tanta raiva de ver professor colando, aff. E ainda tive que aguentar outros reclamando de coisas que já estavam especificadas no edital, tipo, esses nem leram o edital. Outra queria abrir a bolsa que já estava lacrada... tsc tsc tsc... essa é a educação brasileira.

♪ Depois de vinte anos na escola
Não é difícil aprender
Todas as manhas do seu jogo sujo
Não é assim que tem que ser? ♪


Por que eu fui correr atrás do coelho? hm

♪ Estou cansado de bater e ninguém atender, vc me deixou sentindo tanto frio. Não sei mais o que dizer ♪

Estou cansada, muito cansada. Estou sendo sufocada pela rotina de cada dia, pelo tédio dos compromissos enfadonhos, pela frustração das tentativas fail de fugir... Aquela garota cheia de sonhos abstratos cedeu lugar para essa adulta cheia de responsabilidades bem concretas... Eu só queria mais tempo para passear com meu filho, para poder ler mais livros, ouvir mais músicas, assistir mais filmes, namorar mais... mas as coisas estão fugindo cada vez mais do meu controle. Eu tenho vontade de sair gritando bem alto para ver se ao menos alguém percebe tudo isso... mas é como se o mundo fosse grande demais para sentir minha presença.


Wake me up inside, wake me up inside, call my name and save me from the dark

Às vezes, eu me sinto como Alice caindo no poço, sozinha, sem saber o que vai encontrar no final. O medo da escuridão é grande e essa expectativa é um desafio. Talvez seja por isso que ela correu atrás do coelho... o desconhecido é mais empolgante que a certeza de uma vida medíocre. Mas esse intervalo de tempo (enquanto caímos no poço) é tenso. No meu caso, o meu coelho foi a vontade imensa de mudar, de inovar, de desbravar o desconhecido. E eu fui atrás dele. Eu tinha muitos sonhos e planos e cá estou no poço... não sei o que vou encontrar no final, mas alguma coisa vou encontrar. (^^)


White Rabbit
One pill makes you larger
And one pill makes you small,
And the ones that mother gives you
Don't do anything at all.
Go ask Alice
When she's ten feet tall.
And if you go chasing rabbits,
And you know you're going to fall,
Tell 'em a hookah-smoking caterpillar
Has given you the call.
Call Alice
When she was just small.
When the men on the chessboard
Get up and tell you where to go,
And you've just had some kind of mushroom
And your mind is moving low,
Go ask Alice;
I think she'll know.
When logic and proportion
Have fallen sloppy dead,
And the White Knight is talking backwards
And the Red Queen's "off with her head!"
Remember what the dormouse said:
"Feed your head. Feed your head. "


Caso Nardoni

Por que esse alvoroço todo da mídia em torno do julgamento dos Nardoni? O: Eis a questão que mais ouço ultimamente. Embora intrigante, nem é tão difícil encontrar uma resposta. É a brutalidade do crime? Sim, mas há outros motivos muito mais relevantes a analisar, pois crimes brutais infelizmente ocorrem todos os dias. Primeiramente, o que mais causou a indignação das pessoas foi o fato ter ocorrido em uma família de classe média, composta de pessoas “estudadas” (advogados conhecedores das leis), bonitas, saudáveis, brancas... bom, era um modelo de família feliz, parecido com os tipos familiares usados amplamente pela maioria das campanhas publicitárias de condomínios, bancos, clubes e por que não? Novelas a la Manoel Carlos. Pois é, essas pessoas que estão protestando valentemente pela justiça na porta das casas dos parentes dos réus, que estão assistindo estupefatas aos programas policialescos que não param de falar no assunto, acham que tragédias desse tipo só acontecem com pessoas pobres. Essas sim são más, são até capazes de jogar seus filhos nas lagoas, por não terem condições de cuidar... tsc tsc... por conta da má distribuição de renda e da péssima educação brasileira, muitos jovens se tornam marginais e esses jovens são capazes de arrastar até a morte uma criança presa pelo cinto de segurança do lado de fora do carro. Pobre é uma desgraça mesmo, fatos como esses causam indignação, mas é de se esperar de pessoas desse nível. Agora um advogado, juntamente com sua esposa, matar e jogar a filha pela janela do edifício do seu condomínio? Ora, francamente, é um absurdo! Suja a imagem dos ricos pintados nas novelas e out-doors, as pessoas não esperam por isso. É preciso justiça! Vamos lá, berrar na saída deles dos presídios, vamos lá segurar cartazes implorando por justiça na porta do fórum! Run!
Há de se convir que o julgamento será peculiar, pois é o primeiro no país a se basear apenas em provas técnicas, por não haver testemunhas e nem confissões, mas esse alvoroço todo já tinha começado há dois anos e foi reavivado agora. Apesar de tudo, é apenas mais um crime de violência doméstica, pois pasmem: segundo levantamento feito pelo Laboratório de Estudos da Criança da Universidade de São Paulo, 100 crianças morrem por dia no Brasil, vítimas de maus tratos (negligência, violência física, abuso sexual e psicológico). E não há protestos heróicos e nem emissoras armando super-estruturas às portas do fórum.
Bom, enquanto a novela da morte da menina Isabella volta a ocupar grande espaço nos principais veículos de comunicação, o Brasil continua na mesmice de sempre: assassino de criança sai da cadeia, ganha “bolsa pós-cadeia” e pode ter ido para a Suíça com ajuda de uma ONG; político super prestigiado (-n) no país vai parar no site da Interpol; esquizofrênico que tomava “chá alucinógeno legal” mata seu líder religioso... I (L) Brazil *-*

Wake Me Up When September Ends - Green Day

(amo essa música)


Summer has come and passed
The innocent can never last
Wake me up when September ends

Like my father's come to pass
Seven years has gone so fast
Wake me up when September ends

Here comes the rain again
Falling from the stars

Drenched in my pain again
Becoming who we are

As my memory rests
But never forgets what I lost

Wake me up when September ends

Summer has come and passed
The innocent can never last
Wake me up when September ends

Ring out the bells again
Like we did when spring began

Wake me up when september ends

Here comes the rain again
Falling from the stars

Drenched in my pain again
Becoming who we are

As my memory rests
But never forgets what I lost

Wake me up when september ends

Summer has come and passed
The innocent can never last
Wake me up when September ends

Like my father's come to pass
Twenty years has gone so fast
Wake me up when September ends

Wake me up when September ends
Wake me up when September ends

Mais um domingo...

Eis mais um domingo chuvoso e entediante... e frio, muito frio!
Internet, chocolate e livros... grandes companhias! ahahaha...
Na última sexta-feira eu trouxe da biblioteca o livro
"As Cem Melhores Crônicas Brasileiras", li algumas hoje... para ser mais exata li quarenta e cinco crônicas, assim, aleatoriamente. A que me chamou mais atenção até agora foi a crônica "Sobre o Amor" de Ferreira Gullar, vou copiar uns trechos aqui:


"Houve uma época em que eu pensava que as pessoas deviam ter um gatilho na garganta: quando pronunciasse — eu te amo —, mentindo, o gatilho disparava e elas explodiam. Era uma defesa intolerante contra os levianos e que refletia sem dúvida uma enorme insegurança de seu inventor. Insegurança e inexperiência. Com o passar dos anos a idéia foi abandonada, a vida revelou-me sua complexidade, suas nuanças. Aprendi que não é tão fácil dizer eu te amo sem pelo menos achar que ama e, quando a pessoa mente, a outra percebe, e se não percebe é porque não quer perceber, isto é: quer acreditar na mentira. Claro, tem gente que quer ouvir essa expressão mesmo sabendo que é mentira. O mentiroso, nesses casos, não merece punição alguma.
Por aí já se vê como esse negócio de amor é complicado e de contornos imprecisos. Pode-se dizer, no entanto, que o amor é um sentimento radical — falo do amor-paixão — e é isso que aumenta a complicação. Como pode uma coisa ambígua e duvidosa ganhar a fúria das tempestades? Mas essa é a natureza do amor, comparável à do vento: fluido e arrasador. É como o vento, também às vezes doce, brando, claro, bailando alegre em torno de seu oculto núcleo de fogo.
O amor é, portanto, na sua origem, liberação e aventura. Por definição, anti-burguês. O próprio da vida burguesa não é o amor, é o casamento, que é o amor institucionalizado, disciplinado, integrado na sociedade. O casamento é um contrato: duas pessoas se conhecem, se gostam, se sentem a traídas uma pela outra e decidem viver juntas. Isso poderia ser uma coisa simples, mas não é, pois há que se inserir na ordem social, definir direitos e deveres perante os homens e até perante Deus. Carimbado e abençoado, o novo casal inicia sua vida entre beijos e sorrisos. E risos e risinhos dos maledicentes. Por maior que tenha sido a paixão inicial, o impulso que os levou à pretoria ou ao altar (ou a ambos), a simples assinatura do contrato já muda tudo. Com o casamento o amor sai do marginalismo, da atmosfera romântica que o envolvia, para entrar nos trilhos da institucionalidade. Torna-se grave. Agora é construir um lar, gerar filhos, criá-los, educá-los até que, adultos, abandonem a casa para fazer sua própria vida. Ou seja: se corre tudo bem, corre tudo mal. Mas, não radicalizemos: há exceções — e dessas exceções vive a nossa irrenunciável esperança.
(...)
Às vezes o sonho vem, baixa das nuvens em fogo e pousa aos teus pés um candelabro cintilante. Dura uma tarde? Uma semana? Um mês? Pode durar um ano, dois até, desde que as dificuldades sejam de proporção suficiente para manter vivo o desafio e não tão duras que acovardem os amantes. Para isso, o fundamental é saber que tudo vai acabar. O verdadeiro amor é suicida. O amor, para atingir a ignição máxima, a entrega total, deve estar condenado: a consciência da precariedade da relação possibilita mergulhar nela de corpo e alma, vivê-la enquanto morre e morrê-la enquanto vive, como numa desvairada montanha-russa, até que, de repente, acaba. E é necessário que acabe como começou, de golpe, cortado rente na carne, entre soluços, querendo e não querendo que acabe, pois o espírito humano não comporta tanta realidade, como falou um poeta maior. E enxugados os olhos, aberta a janela, lá estão as mesmas nuvens rolando lentas e sem barulho pelo céu deserto de anjos. O alívio se confunde com o vazio, e você agora prefere morrer.
(...)
E assim é: a mais delirante paixão, terminada, deixa esse sabor de impostura na boca, como se a felicidade não pudesse ser verdade. E no entanto o foi, e tanto que é impossível continuar vivendo agora, sem ela, normalmente. Ou, como diz Chico Buarque: sofrendo normalmente.
(...)
E é verdade. Uma doença ou pelo menos uma anormalidade. Como pode acontecer que, subitamente, num mundo cheio de pessoas, alguém meta na cabeça que só existe fulano ou fulana, que é impossível viver sem essa pessoa?."


É verdade, infelizmente tenho que concordar com ele. Mas como ele mesmo disse, há exceções. Será que um dia eu serei agraciada pelo "acaso da exceção"?


Fanatismo